Antes tarde do que nunca

Socorro para os vazamentos

Quem disse que a imprensa morreu? Entra dia, sai dia, diariamente, sem cessar, o site viletim tem chamado a atenção para os vazamentos na rede de água do Semae. Um escândalo a céu aberto. Agora temos essa notícia (leia aqui), de que a autarquia contratou uma empresa para uma empreitada gigante, que é reparar em seis meses 500 vazamentos registrados oficialmente na rede. Já é um começo. Reconhecer que a situação estava ficando insustentável é também uma demonstração de grandeza. Logo logo vão descobrir que toda a tubulação precisa ser atualizada. Falta pouco. O valor do serviço? R$ 1,8 milhão.

Um valor exorbitante?

Quem faz de última hora, paga caro. Este pode ser apenas um ditado antigo, ou não. Um cálculo rápido e temos que cada furo da rede de água da cidade vai custar R$ 3.600,00. Seria interessante alguém do ramo se manifestar, para saber se esse valor faz sentido ou é exorbitante. Claro que junto estão outros serviços, como troca de ramais e reparos nas redes. Aí fica meio perturbado o cálculo. Mas a iniciativa vale por si só e a população sempre espera o melhor.

Capivira-e-se-Manda

A Prefeitura de Piracicaba está fazendo uma enquete para colocar nome à ciclovia construída no entorno da orla do rio Piracicaba. O trajeto tem o nome provisório de Riverside. Bem piracicabano mesmo e de uma originalidade abismal. Pela ousadia do projeto, ao invadir até o território das capivaras, a sugestão pode ser algo mais hard, tipo Capivara Furiosa ou Capivara Indignada. Ou algo mais trash, estilo Capivira-e-se-Manda. As combinações são infinitas. Pode enviar a sua sugestão para o site viletim.com.br.

CMS sem força 1

Na última reunião do Conselho Municipal de Saúde (CMS), em que foi votado o novo regimento interno do órgão ligado à Secretaria de Saúde, Marcelo Pinto de Carvalho, que cumpre a função de ordenador de despesas da pasta, tentou uma ação ousada. Ele se empenhou para convencer os conselheiros a tirar o artigo que permite aos integrantes do órgão convocar funcionário público, coordenadores, diretores e até o próprio secretário da prefeitura para esclarecimento de dúvidas sobre a gestão, para que possam saber exatamente o que está acontecendo e colaborar de alguma forma, cumprindo assim a sua função original, de conselho. O propósito da investida, tudo indica, só pode ter sido o de tentar esvaziar a função do conselho. Nada mais do que isso.

CMS sem força 2

Segundo Marcelo, somente a polícia e o ministério público têm esse poder de convocação. Foi uma discussão demorada, até que o homem desistiu e o regimento conseguiu ser aprovado como foi elaborado. A questão não é de pouca importância, porque se tirar essa prerrogativa do conselho (de convocar autoridades para esclarecimentos), ele perde sua função de órgão fiscalizador e se torna apenas um instrumento inócuo e submisso ao governo, com a função única de chancelar as decisões oficiais. A pergunta que fica é: qual o propósito de fato da iniciativa do ordenador de despesas? Por se tratar de um órgão paritário, composto por representantes da sociedade civil e da secretaria de saúde, é possível supor que o governo está perdendo a confiança até mesmo nos seus representantes. Aí surge uma nova pergunta: O governo estaria demonstrando sua precariedade para fazer política?

CMS sem força 3

Mas existe um momento em que a relação do CMS com a secretaria de saúde se agravou e que pode ter gerado essa ideia de Marcelo. Foi quando se cogitou a hipótese de convocar Fernando Cárdenas, coordenador do Centro de Vigilância Sanitária (Cevisa), para falar das unidades de saúde sem AVCB e alvarás na cidade. As informações são de que praticamente todas as casas de idosos (ILPIs), algumas OSS e prédios públicos não estão devidamente regularizados nesses quesitos, o que, em condições normais, as impediria de funcionar. Claro que isso não é um problema da atual gestão, porque vem de longe. Mas é fato que essa possível convocação causou estresse. Ao invés do diálogo, a saída para os sabichões foi tentar cortar a asa do CMS de vez. Um gesto nada autoritário. Capaz.