O riso deve ser antes ou depois, nada durante
Laudo técnico 1
Quem chega de fora sem saber o que está acontecendo em Piracicaba fica espantado com o primarismo da questão. É a Câmara Municipal para iniciantes. E qual é a questão? O projeto de lei da vereadora do PV Sílvia Morales, “que determina a apresentação de laudo técnico para todos os serviços de pavimentações, recapeamentos e operações tapa-buraco realizados no município.” Antes, então, era no escuro, sem nenhuma fiscalização, sem nenhuma garantia sobre o que estava sendo feito?
Laudo técnico 2
O projeto de lei determina que as empresas responsáveis pelos serviços de pavimentação, inclusive em novos loteamentos (detalhe de mestre), deverão apresentar laudo técnico, assinado por profissional da área, garantindo a durabilidade e a qualidade do material e da execução. Os laudos e relatórios da análise qualitativa serão divulgados nos sites dos órgãos competentes. Se há profissional da área, não deveria ser óbvia a necessidade de produção de algum laudo técnico?
Laudo técnico 3
Mas o primarismo não para por aí. O texto tem ainda uma ironia. Se a empresa contratada não souber fazer o laudo, o PL “estabelece que será possível a elaboração de Termos de Cooperação Técnica com instituições de ensino para a realização dos laudos.” Em linguagem popular quer dizer: “Se não souber explicar o que fez, pergunte aos universitário.” Isso não é piada!
Riso 1
E por falar em riso, na última sessão da Câmara Municipal houve ainda a aprovação de um Projeto de Resolução (PR). E qual foi a resolução proposta pelo presidente da casa, Wagner de Oliveira (PSD), o Wagnão, e de Sílvia Morales? Não permitir o uso de chapéus e bonés dentre os elencados como comportamentos inadequados no plenário da câmara. “Permanece proibido o uso de adornos como nariz de palhaço e/ou todo e qualquer artefato ou vestimenta que caracterizem a ridicularizarão dos presentes.” Agora, ou se ri antes ou depois, nada durante. Risível.
Riso 2
Pode-se dizer que o PR não impede ninguém de rir no plenário da Câmara, só impede a exibição física do riso. Por mais ridícula que seja a performance do vereador na sessão, o paletó colorido não pode mais. Por mais despropositada que seja a argumentação do vereador, o chapéu Panamá ou aquele baseball cap que você comprou na sua última viagem internacional, não pode também. Só resta mesmo dançar um tango argentino. Sobre isso o PR nada diz. Tá aí.
Riso supremo 1
O riso maior da semana não veio do Legislativo, mas do Executivo. No sábado, o prefeito Luciano Almeida ia somente inaugurar um varejão. Mas não satisfeito com o varejo, resolveu agir no atacado, e foi ao ginásio de esportes no Vila Sônia, onde se encontravam alunos medalhistas de olimpíada de matemática em uma cerimônia de premiação. Quem estava lá também? Barjas Negri (dizem que o prefeito sabia que seu adversário estava no evento e por isso ele foi). O ex-prefeito fazia sua campanha junto aos alunos e familiares, quando chegou o prefeito. E o que aconteceu? Vaia geral.
Riso supremo 2
A cena de recepção foi tão estranha para Luciano Almeida, que ele sequer se deu ao desafio matemático de tentar enfrentar a situação para minimizar a manifestação esfuziante. Mal entrou e já partiu, como quem se sentiu em um ambiente inadequado para a sua presença. Não foi nada combinado. O público simplesmente considerou que o momento era de se manifestar daquele jeito. Qual interpretação pode ser feita do ocorrido a quatro meses das eleições municipais?
Riso supremo 3
LA tentou sim um gesto ‘simpático’ e muito ‘família’ para ver se enturmava. Trocou a camiseta no meio do público, chegando a ficar desnudo da cintura para cima. A empreitada ousada não foi suficiente, pelo visto.