Bebel e Maduro, ferrenhos defensores da democracia
Parece piada, mas não é. A professora acha que liberdade de expressão é defender o PT e suas delinquências
Não tem como escapar, porque os petistas vão tentar os habituais malabarismos retóricos no afã (eu sabia que um dia usaria essa palavra e ela vem carregada de tensão) de proteger a imagem da professora Bebel (deputada estadual e ex-candidata à prefeitura de Piracicaba), e do próprio PT – porque ela fala pela legenda –, quando o assunto é democracia. Mas antes, vamos explicar o que está acontecendo para a discussão fazer sentido.
A professora (tem certeza?) Bebel enviou para a imprensa um artigo com o título “Big techs e ameaças à democracia”. Assim, em inglês mesmo. A esquerda gosta tanto de dar uma abrasileirada nessas palavras, como sítio para site, que surpreendeu. Na peça, ela fala suas bobagens habituais para criticar basicamente o X (ex-twitter), Instagram e WhatsApp, cujos proprietários estão blindando suas empresas de comunicação para dar maior liberdade aos seus usuários e protegê-los da censura do... STF. Sim, liberdade de expressão.
Vamos acompanhar o que ela afirma em seu primeiro parágrafo:
“Nesse início de ano, faço referência ao ato realizado pelo presidente Lula em Brasília para celebrar a democracia e, mais uma vez, repudiar a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, com a invasão e depredação das sedes dos três poderes na Capital Federal. O ato foi muito importante, sobretudo no momento em que está sendo investigado novo plano de assassinato do presidente Lula e do ministro do Supremo Tribunal federal, Alexandre de Moraes.”
Logo de cara, democracia para ela é a leitura petista do 8 de janeiro de 2023 e apenas isso, por enquanto, entre outras suposições. Não há nesse introito nenhuma palavra sobre o ditador Nicolás Maduro, por exemplo, que deu um baita golpe antidemocrático na Venezuela, ainda persegue e amedronta seus opositores, sendo que muitos estão presos por sua polícia ideológica. E quais são os opositores de maduro? Simplesmente a maioria esmagadora do povo venezuelano (Ué, mas o PT não gosta de povo?). O governo Lula enviou para lá, inclusive, representante oficial para a posse do ditador, demonstrando a afinidade do governo brasileiro com o impostor do país vizinho.
Talvez, para Bebel, um golpe na Venezuela seja um exemplo de democracia. Isso, evidentemente, não significa que o escriba aqui tenha qualquer apreço pela idiotice ocorrida em janeiro de 2023 pelos lunáticos bolsonaristas (para deixar registrado), que deveria ser investigada, sim, dentro de critérios democráticos e com transparência. Ou seja, dentro da lei. E não como vem sendo feito, de forma peremptória, pelo STF de Xandão, tão elogiado pela professora em seu artigo.
Vale observar que Lula está usando o 8 de janeiro apenas para se promover, fortalecer sua imagem e se vender como “Senhor Democracia”, como diz Duda Teixeira na revista eletrônica Crusoé. Coisas para alegrar petistas e a Janja, claro. É a democracia de Putin, de Maduro, dos aiatolás, anti-israel, etc.
Mas vamos ao segundo round:
“A reafirmação da democracia também ocorre quando o dono da empresa Meta, proprietária do Facebook, Wahtsapp e Instagram, Mark Zukerberg, se alia ao multibilionário Elon Musk, dono da plataforma X, ambos norte-americanos e apoiadores do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para dizer que suas redes não mais farão checagem de conteúdo, fazendo críticas à justiça brasileira e de outros países. Com a participação dessas big techs no futuro gabinete de Trump, elas estarão no centro do poder mundial.”
Fora a visão tipicamente terceiro-mundista da professora, de fato os EUA acreditam na liberdade de expressão e de opinião e dão a todos os indivíduos o direito de escolha e de manifestação, o que são fundamentais em uma democracia autêntica. Por isso, esses empresários se posicionam contra países onde a democracia não é plena, mas relativa, como no Brasil de Bebel e do governo Lula. Ela quer um comitê de censura, comandado pelo Xandão, para avaliar o direito de cada um de expressar suas opiniões. Boa democracia essa, senhora Bebel.
Novamente, observo, que não cabe aqui defesa de ideias criminosas, tipificadas nos códigos civis e penais, que já as enquadram como crime, uai. Estou aqui em defesa do direito de opinião e de expressão que seguem o jogo democrático e ainda não são crimes, mas que podem e devem via a ser, no entender desses exímios democratas que defendem Maduro.
Bebel vai, volta, volta e vai e eu texto, até chegar no ponto em que seu motor encalhou, o governo Tarcísio de Freitas. Ela confunde sua visão de mundo com o que é certo ou errado. Uma visão puramente ideológica que não aceita propostas modernas de privatização e parcerias com o setor privado como soluções para problemas sociais. Ela não entende como pode um governo levantar tanto dinheiro em bolsa de valores para investir na educação, por exemplo, como fez o governador. Mas por não ela entender, segundo ela mesma, está errado. E nessa orientação da velha esquerda, de tentar fazer o passadismo administrativo, estatizante, valer a todo o custo, agredindo e chutando o governador e o bom senso que a situação fica ainda mais obscura. Trata-se, é fato, de um governador que tem crescido na opinião pública e pode ser um dos principais adversários de Lula ou de qualquer outro petista em 2026 para a presidência da República. Este é o verdadeiro medo da democrata Bebel.
Olha a analogia fantástica da professora entre big techs e democrcia:
“A implementação das denominadas “plataformas digitais” como principal método do processo ensino-aprendizagem nas escolas estaduais de São Paulo visa reduzir a interação presencial entre professores e estudantes e cercear ao máximo as possibilidades de debates e busca de conhecimento. A extrema-direita quer uma juventude dócil, alienada dos problemas reais da sociedade, disposta a simplesmente acatar o que lhe é imposta, sem questionar. A ‘plataformização’ do ensino, neste sentido, se torna harmônica com a decisão de Zukerberg de não mais realizar checagem sobre a veracidade dos conteúdos publicados em suas redes. Os jovens são transformados em meros consumidores de informações, acatando-as, assim como devem acatar a disciplina militar imposta nas escolas cívico-militares, sem instrumental e interesse em questioná-los.”
Para ela, jovem é imbecil, as pessoas são vítimas de um sistema que precisa ser protegido pelo comitê censor do PT e do STF para filtrar o que você deve ou não ficar sabendo, porque se não for favorável ao governo, é Fake News (kkkk); nas redes sociais não há debate e todo mundo compra gato por lebre; apenas o que o governo dela fala e propaga está correto, e não há aprendizado, segundo ela, sem censura. Por isso, Bebel defende Maduro, o grande ditador da Venezuela. Lá não tem essa de democracia, não. Por essa paranoia da missivista em questão, Bebel certamente não é a mulher mais indicada para falar sobre democracia. Vale destacar que, se houvesse troféu Fake News 2024, ele iria para o governo de Brasília. Aqui em Piracicaba, eu daria para a Bebel.