Decisão da Justiça pode cortar 30% da água em Piracicaba; Helinho Zanatta está preocupado
O prefeito Helinho Zanatta (PSD) está preocupadíssimo com o abastecimento de água de Piracicaba, devido à ação civil promovida pelo Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema), do Ministério Público. Há mais de cinco anos o MP tenta impedir, dialogando com o governo Luciano Almeida (PP), que os resíduos das Estações de Tratamento de Água Luiz de Queiroz I e II sejam lançados diretamente no Rio Piracicaba. Agora, a prefeitura será obrigada a paralisar as duas unidades, que respondem por cerca de 30% do fornecimento de água em Piracicaba.
A liminar é uma bomba-relógio que será herdada pela administração do novo prefeito, que toma posse no dia primeiro de janeiro. O prazo de 15 dias dado pela Justiça se encerra assim que o novo prefeito assumir. O prefeito Luciano Almeida, que perdeu a reeleição, teve quatro anos para resolver o problema e não resolveu. E é impossível atender todas as exigências da Promotoria do Meio Ambiente na primeira semana da nova gestão. É isso que faz a ameaça de paralisação da usina ser real.
De acordo com a liminar, o Poder Público municipal tem um prazo de 15 dias, sob pena de multa diária de R$ 10 mil, para elaborar um Plano de Contingência e Racionamento, além de apresentar um cronograma detalhado das ações a serem adotadas para a implantação de um sistema definitivo de tratamento dos resíduos das Estações de Tratamento de Água e Esgoto (ETAs) Luiz de Queiroz I e II, com início de operação até 31 de março de 2026.
Nos últimos meses foram realizadas diversas reuniões com o Semae, mas as irregularidades permaneceram sem resolução. Com isso, o Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema) e a Promotoria de Justiça de Meio Ambiente de Piracicaba decidiram mover a ação judicial.
O prefeito eleito declarou que não vai se manifestar até ter conhecimento de todas as medidas, logo após a posse. Para sua equipe, a decisão mostra que Helinho estava certo ao falar, na campanha, que era preciso “desenrolar o Semae”. Durante as eleições, Helinho Zanatta destacou seu comprometimento em resolver o problema da falta de água no município e já sinalizou empenho em buscar soluções duradouras para o descarte irregular de resíduos e o desabastecimento de água que prejudica diariamente a população.
Ele tem dito que “todos nós sabemos que não é viável resolver problemas estruturais antigos da noite para o dia”. Na sua equipe, a ordem é valorizar o Semae e recuperar a capacidade de investimento perdida desde a PPP do Esgoto, da gestão Barjas Negri, que tirou recursos da empresa. A atual gestão de Luciano Almeida pode recorrer e tentar suspender a decisão da Justiça, mas ainda não se manifestou.