Eleição da Câmara Municipal de Piracicaba esquenta e fica mais complexa
Os nomes vão se consolidando, mas a dúvida é geral, pois a decisão se dará apenas na hora H
Mesa diretora 1
Os bastidores da corrida pela presidência da Câmara Municipal revelam aspectos que precisam ser levados em consideração, se a intenção é entender a complexidade do jogo político em andamento.
Mesa diretora 2
Um elemento é o passado recente, os acordos entre os vereadores para apoiar Luciano Almeida e no que eles resultaram. Há cicatrizes e sentimentos de traição no ar, o que dificulta os acordos para a composição da nova mesa diretora. O passado está presente.
Mesa diretora 3
Há três nomes que devem persistir no jogo para a cabeça da chapa: Rerlison Rezende (PSDB), Thiago Ribeiro (PRD) e Wagner Oliveira (PSD). Fala-se também em Pedro Kawai (PSDB). Mas o que levaria os tucanos a lançarem dois nomes?
Mesa diretora 4
Aqui há um nó. O PSDB está dividido. Rerlinho nunca teve perfil tucano, mas sempre teve voto para se reeleger. Seu voto vem da Igreja Quadrangular, onde ele exerce a função de pastor. Kawai, por sua vez, tem como padrinho Barjas Negri. Isso demonstra que parte do PSDB foi cooptada pelos evangélicos e o lançamento inicial dos dois nomes para a corrida é uma demonstração clara dessa divisão interna de poder. Barjas está fraco no próprio partido que fundou.
Mesa diretora 5
Wagnão é do PSD, partido do prefeito eleito, Helinho Zanatta. Tem, portanto, potencial para levar seu nome adiante. Mas a matemática não é tão simples assim. Se a coligação partidária que apoiou Helinho elegeu cinco vereadores, seria interessante uma parceria dela com o PL, de Alex de Madureira, como aconteceu no segundo turno. Porque são mais quatro edis só do PL.
Mesa diretora 6
Se Kawai ficar na corrida, ele tem potencial claro para levar o voto de André Bandeira (PSDB), Sílvia Morales (PV) e Rai de Almeida (PT). O primeiro votaria nele por um motivo óbvio: Barjas Negri. As mulheres, mais à esquerda, não gostariam de ver um pastor comandando a casa e nem apoiariam alguém da base de Helinho, uma vez que seus respectivos partidos apoiaram Barjas Negri no segundo turno. Mas com três votos, Kawai não sai do lugar.
Mesa diretora 7
Thiago é vice de Wagnão, atual presidente em exercício. Ele seria um nome com potencial de levar os votos dos vereadores de oposição, com a saída de Kawai da briga, mas não por ser oposição ao prefeito eleito, mas por não ter as características culturais dos pastores e ser um homem que não apoiaria automaticamente o governo, em tese. Com isso e mais aquilo, a eleição da mesa ficaria apertada, com os votos bem distribuídos entre os três candidatos.
Mesa diretora 8
Por isso, a contabilidade pode ser favorável tanto a Rerlinho como para Wagnão. Como os pastores apoiarão Helinho, Rerlinho, mesmo sendo PSDB, seria porto seguro para o novo prefeito. Wagnão vem junto na briga, por ser PSD. Com 9 apoiadores, pelos cálculos mais simples, correspondentes aos votos dos vereadores da coligação do novo prefeito (5 eleitos), mais os do PL (4 eleitos), seria possível eleger o novo presidente da casa, que pode ser tanto Rerlinho como Wagnão.
Mesa diretora 9
Mas, como dizem os vereadores mais ariscos, no passado houve traições e ingratidão. São elementos difíceis de ponderar em um jogo matemático, porque eles podem corromper toda a matemática. O PL, por exemplo, só vai decidir na hora H seu apoio.