Falta de comunicação entre Legislativo e Executivo gera audiência pública
O encontro de amanhã soa mais como desperdício de tempo e dinheiro público
A Câmara Municipal vai realizar amanhã (27), a partir das 14 horas, uma audiência pública para se compreender melhor as mudanças feitas pelo Executivo no fluxo de atendimento em alguns serviços de saúde. O que parece ser uma notícia sem qualquer relevância acaba ganhando uma dimensão um tanto quanto problemática.
O Executivo mudou alguns serviços, como os do PoupaTempo municipal, que saiu da avenida Armando de Salles Oliveira e foi para o Centro Cívico. Até aí, parece tudo normal. Mas um serviço que estava acessível ao usuário, que chegava no Terminal Central e, bem pertinho dali, conseguia resolver seu problema, agora exige que se pegue mais um ônibus para ir até ao Centro Cívico.
Os serviços da Sala 25, do Postão, atrás do Mercado Municipal, também foram para o Centro Cívico. Se por um lado a prefeitura viu vantagem nas mudanças, por centralizar os serviços em um único local de atendimento, com melhor infraestrutura, os usuários não devem ter ficado satisfeitos, pela dificuldade maior para se deslocar a pontos distantes do centro da cidade.
Agora há o pedido da vereadora Rai (PT) para que essas mudanças sejam explicadas em uma audiência pública. Mas não era para o Executivo ter no mínimo informado o Legislativo sobre as mudanças e receber o aval dos vereadores, para que houvesse transparência nas decisões? Parece até que todas essas decisões não tivessem sido comunicadas ao público, pelo departamento de comunicação da prefeitura. Mas foram. O Legislativo não acompanhou o processo?
Ok, uma audiência pública. Algo importante para a sociedade. Mas soa mais como desperdício de tempo e de dinheiro público por falta de comunicação do Legislativo com o Executivo, do que qualquer outra coisa.
A vereador Rai diz que a população tem sido surpreendida com algumas mudanças de serviços e espaços de atendimento na saúde e tais mudanças têm gerado transtornos e desencontros de informações. “O Executivo Municipal deve ouvir as representações populares e considerar os impactos sociais, como deslocamento e conforto, para melhorar o acolhimento nos espaços de atendimento”, diz ela.
Logo, logo vai ser necessário o curso de “Massinha 1” para que gestor público compreenda o quanto uma decisão pública impacta na vida das pessoas. Bem como, o mesmo curso para vereadores, que precisam acompanhar mais de perto a dinâmica da cidade, para não ter que fazer audiência pública sobre a qualidade da água da banheira depois que a criança já tomou banho.