Reflexões para evitar a queda, sobre a queda e depois da queda
Descanso necessário
Helinho Zanatta vai ter alguns dias de folga. Somente na terça-feira (12) ele estará de volta à cena pública. Pelo menos foi o que disse um de seus assessores ao Viletim. É o tempo que considera necessário para recuperar a bateria, junto à família, depois de uma batalha intensa para se eleger prefeito de Piracicaba. Outra batalha, bem mais intensa, o espera. Vai ser necessária muita força para 2025. Mais do que isso, vai ser necessária muita habilidade política para não cair nas armadilhas que o esperam.
Transição
No primeiro dia de reunião entre as equipes que estão fazendo a transição de governo, foi apresentada a menina dos olhos de Luciano Almeida, o programa Prefeitura Sem Papel. “É uma forma de agilizar e também evitar o trâmite desnecessário de papéis entre as pastas com as comissões. É uma economia que colabora com o futuro da cidade”, disse Tássia Espego, a secretária de Governo. Mas não existe máquina, por mais inteligente que seja, que funcione sem um operador à altura.
Senhor de chapéu
Observe a foto abaixo. Este homem em primeiro plano é o pai de Maria Aparecida Arruda, a menina de 12 anos que estava sob os escombros do Comurba (Leia aqui). Como a pensão em que ela trabalhava, bem ao lado do prédio, foi destruída com a tragédia, o senhor, desesperado, estava em busca de informações. Sua filha estaria viva? Trata-se, portanto, de uma foto que ganha maior significado para a história da cidade, uma vez que somente agora sua filha, aos 73 anos, começou a revelar detalhes do que lhe aconteceu naquela tarde fatídica, de 6 de novembro de 1964.
Estalos
Um detalhe que não aparece na matéria do Viletim, que entrevistou Maria Aparecida de Arruda, é que as pessoas da pensão em que ela trabalhava ouviram outros estalos da estrutura do prédio em dias anteriores à queda, mas ninguém fazia relação com o estava acontecendo na estrutura daquele projeto arquitetônico tão badalado pela sociedade local. Na véspera, segundo ela, foi ouvido um barulho forte, que todos confundiram com trovão. Até que chegou o dia fatal.
Morte súbita
Maria Aparecida de Arruda ficou sabendo também que, no refeitório da pensão, havia hóspedes terminando o almoço, que morreram sentadas, sem a menor chance de reação. Assim como ela, que foi golpeada na cabeça e soterrada em poucos segundos. Foi sorte não ter morrido. Ficou apenas presa na estrutura, ainda consciente. E seu patrão ao lado, estático, colado à parede, que apontou o dedo sem voz: “ela está ali”. Cena forte. (Leia aqui)
Erro de cálculo
É uma história muito triste essa da queda do Comurba. Em conversas anteriores com o arquiteto João Chaddad, ele contou que houve erro de cálculo do concreto para os pilares da base. Com a ideia de ampliar alguns andares, a estrutura tornou-se insuficiente. Irresponsabilidade técnica? Talvez.
Qual realidade?
Ver a realidade todo mundo acha que vê. Longe da filosofia para discutir o tema, a grande imprensa mundial vive um momento pós-eleitoral que exigiria reflexão. A vitória acachapante de Donald Trump nos EUA é uma prova de que parte expressiva do jornalismo americano via outra coisa, que não era a realidade. A imprensa brasileira, então, era de uma papagaiada a favor de Kamala Harris que não tinha tamanho. Parecia até que ela seria a próxima presidente dos EUA. A vitória arrasadora de Trump foi um tombo muito desastroso para a credibilidade do jornalismo político aqui e alhures. O que já estava ruim, só piorou.
Prefeitura sem papel e a Indigestão Pública Municipal sem comando ..