Sem transparência e sem diálogo
Gestão Luciano Almeida derrete diante do olhar público e mais se parece com uma guerra de soldadinhos de chumbo
O ano parlamentar em Piracicaba terminou com uma profusão de requerimentos em busca de informações sobre ações do governo. Não como iniciativa apenas de vereadores da oposição, porque até mesmo ex-integrantes da base aliada resolveram questionar os projetos de Luciano Almeida.
Os requerimentos tornaram-se, portanto, uma ação generalizada dos vereadores devido à total falta de transparência entre o que se decidia no Centro Cívico e o que os fiscais (vereadores) deveriam saber para validar ou não tais iniciativas.
Hoje, na Câmara Municipal, o governo não tem mais base, muito menos aliados. É cada um por si e a relação amistosa entre as partes se esborrou. O Executivo se distanciou do Legislativo de tal forma que um só passou a falar com o outro com base em requerimentos, isso quando os requerimentos eram respondidos com alguma informação objetiva sobre o que era questionado.
Dois poderes que eram para ser independentes e harmônicos, se isolaram. O processo para se chegar a essa cisão radical entre as partes até que demorou, ganhando inclusive, dimensão litigiosa, uma vez que o novo governo eleito teve que entrar com um pedido de liminar, via ação popular, para conseguir informações suficientes a fim de avaliar o que de fato está acontecendo no Centro Cívico. E olha que foram 15 dias de transição, período em que o diálogo entre o governo que sai e o que entra deveria ser aberto e franco. Parece que não foi assim.
E o que propõe a liminar? A interrupção de todas as licitações em andamento pelo governo. O motivo? Falta de informação. Falta de transparência. Falta de estudo sobre impactos financeiros na futura gestão. Falta de tudo o que os parlamentares estavam pedindo para o chefe do Executivo e não conseguiam.
O que justificaria essa postura de Luciano Almeida? Se for questionado a respeito, certamente ele vai dizer que isso é exagero da oposição e que o governo dele nunca foi tão aberto. Ou seja, os parlamentares que nunca entenderam tamanha revolução que ele estaria propondo para a cidade. Mas isso é mentira.
Tanto é que a Justiça teve que entrar em ação e decidiu favoravelmente à ação popular, acatando o pedido de Liminar. Essa postura limite demonstra muito do estilo do atual chefe do executivo municipal, que não sabe dividir responsabilidades e transformou o Legislativo em território inimigo, escancarando sua falta de convivência democrática e escancarando também sua visão de mundo, que mais parece com brincadeira infantil de soldadinhos de chumbo.