Uma bola de cristal para a mesa diretora
Disputa dura, interesses diversos, a Câmara Municipal precisa de uma cartomante
Foto: Rubens Cardia
Diversão divinatória
A disputa pela mesa diretora da Câmara Municipal de Piracicaba sempre foi motivo de muita especulação e diversão divinatória. Não haveria motivo para tanto, uma vez que, na prática, costuma predominar o grupo que se propõe a compor a base da nova administração. Por uma questão de segurança do prefeito eleito, na presidência tende a estar um parlamentar de sua confiança.
PSDBs
Nas negociações para a composição da mesa diretora, que vai comandar o parlamento local pelos próximos dois anos, entraram alguns ingredientes curiosos, como, por exemplo, o lançamento de dois nomes do PSDB para a presidência: Pedro Kawai e Rerlison Rezende. É preciso lembrar que os tucanos disputaram com Helinho Zanatta (PSD) o segundo turno, o que, em tese, levaria ao entendimento de que fariam oposição ao governo que entra.
PSDB do Q
Mas Rerlinho é tido como um caso à parte. Ele seria uma espécie de PSDB do Q (da Q fia feio), que é a ala do partido que está sob o comando da Igreja Quadrangular, onde Rerlinho é pastor. Igreja, por sinal, que apoiou Helinho Zanatta. Então, ter Rerlinho como presidente da casa, mesmo ele sendo do partido adversário, seria muito seguro para o novo prefeito. Foi por isso que Kawai entrou na briga, uma vez que ele representaria o PSDB autêntico.
Dataviletim
Qual vai ser o acordo final, só a Igreja Q sabe. Mas há na disputa também um nome que conseguiu uma cadeira de vereador pelo PSD, do prefeito eleito. Wagner Oliveira, o Wagnão, é o atual presidente da casa e sabe muito bem como funciona o jogo. O terceiro nome muito bem cotado na parada é o de Thiago Ribeiro (PRD). O Dataviletim identificou o seguinte cenário até o momento: Thiago teria 5 votos, o mesmo número que Kawai; Rerlison teria outros 4, o mesmo número que Wagnão. Sendo 5 os vereadores que ainda não se definiram.
Com prefeito
Mas alguém precisa ser eleito. Para isso, é necessário que alguém abra mão do próprio nome e apoie outro. Essa negociação -- quem fica com o quê -- que está rolando, pelo que se observa. A expectativa é que sobrem ao final dois candidatos. Dizem os observadores que, nessa fase de ampla concorrência, não haveria intervenção de Helinho no jogo. Mas caso fiquem para a final Kawai e outro, o prefeito eleito entraria para defender o seu candidato que, nesse caso, não seria tucano. Se ficarem para o final Rerlinho e Wagnão, Rerlinho e Thiago ou Wagnão e Thiago, a disputa correria solta.
Coração de prefeito
Tudo indica que o coração de Helinho Zanatta deve pender por Rerlinho ou Wagnão. Se os vereadores eleitos pela coligação de Helinho (5) se aliarem aos vereadores do PL (4) e decidirem por um candidato, o escolhido desses dois grupos teria grande chance de vitória. Mas, até o momento, a única vitória é da especulação e do bom humor. Ninguém tem bola de cristal para cravar nada e a cartomante não foi eleita.