Será que a dengue ligou o turbo?

Vacina em data errada?

Vacina, até onde se sabe, tem caráter preventivo. Ou seja, imuniza-se antes de correr o risco da contaminação e funciona também para reduzir efeitos colaterais em caso de contágio. Isso vale para a gripe, por exemplo. Deveria valer também para a Dengue. Mas não. Somente agora o governo federal liberou os lotes para imunização contra a doença e atende apenas a um público específico. O pico da dengue costuma ser entre abril e maio. No início do verão, a vacina já deveria estar nos postos, com campanha na rua e tudo. Claro que se trata de um imunizante novo, mesmo assim, parece que chega tardiamente.

Suposição

Uma suposição possível é que a Dengue extrapolou seu ciclo natural, talvez, e não respeita mais as estatísticas dos anos anteriores. Ou seja, os mosquitinhos poderão infernizar e contaminar as pessoas em qualquer época do ano, seja verão ou inverno, e em ritmo alucinado. Porque as crianças e adolescentes que serão vacinadas a partir de amanhã estão sendo protegidas da doença para o período de inverno, quando era para a doença estar sob controle na cidade e não em escalada ascendente. E olha que já se passou o período de pico da disseminação da doença, como ela era entendida pelos especialistas em zoonoses.

Números assustam

De acordo com a Vigilância Epidemiológica (VE), já são 49.989 casos de dengue notificados no município este ano, para um total de 24.538 casos confirmados e sete óbitos. Ou seja, metade das notificações se confirmaram. De um ano para o outro, o número de casos confirmados quse foi multiplicado por 10. Os óbitos ainda não foram todos contabilizados, e há tendência de alta. No mesmo período de 2023, foram 11.553 notificações para 2.818 casos confirmados e dois óbitos. Em 2022, foram 5.488 notificações para 1.360 confirmações, e um óbito. E olha que os arrastões não param. A Dengue exige ainda um estudo qualificado e mais profundo. Jogar tudo nas costas das mudanças climáticas seria a melhor análise?

Observatório Social

É sempre uma boa notícia a disponibilização ao público de dados estatísticos sobre a cidade. Apesar de o Instituto de Pesquisa e Planejamento (IPPLAP) ter ganhado um novo formato na atual gestão, está no site do governo o link com muitos dados importantes para analisar o panorama socioeconômico da cidade, com períodos históricos e evolução de números sobre os mais diversos setores: populacional, educacional, saúde, economia, etc. São informações estratégicas que facilitava imensamente o entendimento sobre a dinâmica do município e orientar projetos.

Observatório Social 2

Agora está sendo lançado o Observatório Social, que permitirá a sistematização de informações, diagnósticos e pesquisas para a construção de políticas públicas e ações que promovam a redução das vulnerabilidades sociais no município. Os dados coletados são provenientes da Assistência Social, Cadastro Único, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Disque 100, e de outros órgãos governamentais e não-governamentais. Isso não ajuda apenas o governo, mas também os pesquisadores, empresários e estudantes que queiram se aprofundar sobre as políticas públicas e seus efeitos no município. Isso significa que a população poderá saber se as políticas públicas estão funcionando ou não. Claro, mantida toda a transparência necessária.

UPA+Livre

O próprio ordenador de despesas da Secretaria de Saúde, Marcelo Pinto de Carvalho, acha que a população ainda não aderiu à proposta da UPA+Livre, instalada no Tiro de Guerra. De fato, as UPAs continuam cheias e a nova unidade, relativamente vazia. Em uma semana foram atendidos no local apenas 729 pacientes, o que dá uma média de 92 por dia. Mas as instalação foi projetada para 250 por dia. Claro que é importante que a população busque atendimento na UPA+Livre, em caso de sindromes respiratórias e dengue. Até para evitar novos ontágios. Hoje, a demora no espaço alternativo é de 30 minutos da recepção ao atendimento médico completo. Enquanto nas UPAs…

Congresso da Acipi

Estava muito animado o Congresso Empresarial da Acipi, realizado ontem no Engenho Central. Impressionante o número de pessoas em busca de atualização de conceitos sobre gestão e estratégias, com o uso de novas tecnologias. Os organizadores esperavam cerca de 1.000 participantes. O palestrante Ricardo Villaça, que abriu o ciclo, falou sobre Inteligência Artificial e deixou claro que o Brasil está na rabeira do processo de apropriação da estratégia para dimensionar mercado e alavancar negócios. Foi uma aula inicial, mas com dicas suficientes para se compreender o potencial da nova tecnologia no desenvolvimento econômico. Um passo certeiro.