Maio 17, 2024

Ajustes necessários

Na avenida Jaime Pereira já é possível vislumbrar a ciclofaixa, com a transferência dos postes para a nova calçada. Pelo bem, pelo mal, a atual gestão conseguiu ampliar o percurso dos ciclistas domingueiros, o que não é pouca coisa, desconsiderando a ideia antiambiental de serpentear com concreto a mata ciliar do Rio Piracicaba.

Fio solto

A imagem que ilustra esta Três Linhas demonstra a real situação da rede de energia na área central da cidade. É fio elétrico dependurado por todos os cantos e um cenário horripilante de um poste ao outro. Um técnico disse que a CPFL troca os postes e as equipes precisam fazer o trabalho de transferência da fiação na correria. “A situação é essa”, aponta ele para a gambiarra a céu aberto.

Veto PIX

Por quatro votos a sete, os vereadores acataram o veto total do Executivo ao projeto de lei complementar 19/2023, que previa o pagamento de tributos com cartão de débito, cartão de crédito ou pix. O fato é que o vereador que apresentou a proposta (Thiago Ribeiro – PRD) não estava convicto da sua iniciativa.

Veto PIX 2

Ou melhor, a convicção acabou após conversa com o Executivo. “Meu voto é pela derrubada, tive uma conversa com a secretária de Finanças e dei os meus argumentos para a derrubada, mas, posteriormente, existe a possibilidade de ser apresentado outro projeto. Então, os senhores têm a liberdade de votarem da forma que acharem melhor”, disse Ribeiro.

Veto PIX 3

Pelo que se acompanha, é possível perceber o quanto se perde tempo no Legislativo local com ideias inconsistentes. Veja o caso dessa pauta: apresenta, adia, discute e decide como se a pauta não fosse necessária. O Executivo havia se posicionado contra, alegando que o PLC era inconstitucional e que traria custos bancários adicionais. A CLJR havia dado aval ao debate. Afinal, o que importa é: A população seria beneficiada ou não? Fica-se sem uma resposta.

Cavalo na pista

Alessandra Bellucci (Avante) apresentou um assunto retrô (PLC7/2023) para debate entre os edis. Tem-se a impressão, ao analisá-lo, de que estamos entre o século 19 e início do 20, e que em qualquer momento Prudente de Moraes vai aparecer para fazer um discurso na Câmara Municipal. O tema é: “A proibição do tráfego de veículos de tração animal para passeio de passageiros no perímetro urbano da cidade”.

Cavalo na pista 2

Está evidente se tratar de passeio, ou seja, turismo. O pessoal que atua no setor não deve estar muito feliz com a vereadora. Ela poupa “haras, corridas de cavalos (turfe), saltos com cavalos (hipismo), equoterapia, eventos autorizados pelo poder executivo, bem como o uso de animais pelas forças públicas, militares ou civis, que tenham grupamentos com montaria”.

Cavalo na pista 3

O motivo da nova lei? Não, não é coco na pista. É porque esse pessoal que usa cavalo para passeio turístico maltrata o animal e para não maltratar mais, tira-se seu ganha-pão. “Afinal, embora os maus-tratos aos animais seja um crime previsto por lei, tal tipificação pouco abarca a verdadeira crueldade que se consubstancia na utilização da tração animal. O fato de um animal puxar carroça morro acima, muitas vezes levando chibatadas e carregando várias vezes o próprio peso, se materializa em uma conduta que está a merecer a reprimenda penal”. Está no PLC.

Cavalo na pista 4

Então é preciso combinar. Se você pretende fazer turismo com cavalo em Piracicaba, está proibido, porque você maltrata o bicho. Essa crueldade deve acontecer em Águas de São Pedro, São Pedro, Águas de Lindoia, Campos do Jordão, Caxambu-MG, entre tantas outras cidades que ainda preservam esse tipo de turismo “escravocrata”, segundo a vereadora. Fique de olho. Agora, ter que dar pulo muitas vezes intransponíveis no hipismo, isso pode, porque é cavalo de rico. Trabalhar na segurança pública também pode, porque a vereadora autoriza.

Cavalo na pista 5

Moral da história, na versão da vereadora: “A escravidão foi abolida! Por isso, não podemos ignorar que fazer outra espécie ter que trabalhar obrigatoriamente para seu senhor, sob ameaça de espancamento, é escravagismo propriamente dito!” Ela deve conhecer muito bem a história do Brasil. Na história universal, se Augusto Cesar e Napoleão estivessem vivos, eles ficariam triste com tudo o que fizeram em campo de batalha com os pobres dos animais e pediriam conselho à vereadora. Ah, não. Talvez nada disso seria motivo de reprimenda da protetora de animais, porque ela já autoriza o uso de cavalo pela segurança pública. Escravidão mesmo é passear em espaço público.

Equipe

Matéria produzida pela equipe do site Viletim.com.br

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