Maio 12, 2024

Política feita com o fígado

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Nada a ver com o peixe 1

O corre-corre para aproveitar a janela partidária tem agitado as lideranças partidárias de Piracicaba. Nessa ocasião se busca uma legenda nova na expectativa de que tal mudança dê alguma vantagem competitiva nas eleições; em muitos casos, na reeleição. A troca do partido X para o partido Y, portanto, é feita de forma aberta, o que nem sempre agrada a todos. Há sempre aquele que ganha e aquele que perde. Melhor, há sempre consequências nesse processo que deixam sequelas.

Nada a ver com o peixe 2

Vejamos, por exemplo, o caso do vereador Gilmar Rotta. Ele deixou o PP, que compunha a base política do prefeito e pré-candidato à reeleição, Luciano Almeida, do mesmo partido, para ingressar no PDT, que está aliado ao pré-candidato a prefeito Barjas Negri (PSDB), adversário frontal do prefeito. Acácio Godoy, que também era do PP, migrou para o Avante, partido de Evaldo Brito, o faz de tudo de Luciano Almeida.

Nada a ver com o peixe 3

Essa simples troca redundou na demissão de um engenheiro da Secretaria de Obras, atual Semozel, que perdeu o emprego sem ter nada de ver com o peixe, depois de mais de 20 anos de dedicação ao cargo. O que se fala nos bastidores é que a disputa de território entre Gilmar Rotta e Acácio Godoy, que agora estão em partidos rivais, levou o prefeito, em suas decisões intestinas, a demitir o profissional.

Nada a ver com o peixe 4

É que os vereadores, quando atuam nos bairros, costumam levar consigo um profissional da prefeitura que possa dar algum respaldo à sua ação, como se ele estivesse empenhado de fato na solução do problema. E o engenheiro em questão foi acionado para acompanhar Gilmar. Por sua vez, o mesmo profissional não acompanhou Acácio no mesmo bairro e local, para evitar redundância sobre algo que ele já havia avaliado e dado seu parecer técnico.

Nada a ver com o peixe 5

Possivelmente, ao Godoy reclamar com o prefeito sobre a atitude do engenheiro, Luciano Almeida deve ter espanado. Como é natural em sua natureza conflituosa, ele pode ter visto aí uma traição política e não perdoou, demitindo o profissional. Esse tipo de atitude radical, tudo indica, poderá se repetir no caso de outros profissionais da prefeitura que pretendem concorrer a vereador. Para Luciano Almeida, se não fala sua língua, está fora do governo. Simples assim.

Movimento Negro 1

O caldeirão político está fervendo também para o lado do movimento negro de Piracicaba, dividido entre a ala que apoia a atual administração e as demais. Em artigo publicado em A Tribuna Piracicabana, o professor Noedi Monteiro acusa o prefeito de ter dado uma ‘rasteira’ no Centro de Documentação, Cultura e Política Negra de Piracicaba. A função do centro foi incorporada à Coordenadoria Setorial de Promoção da Igualdade Racial e Étnica, colocando, segundo o articulista, o Centro de Documentação para escanteio, o que seria um desrespeito à sua história.

Movimento Negro 2

Dizem as más línguas que tal decisão tem as mãos de Acácio Godoy. A estratégia do vereador, que atua no movimento negro da cidade, seria suavizar para a atual gestão a pressão das lideranças do Centro de Documentação, que também buscam seu espaço de poder. É bom lembrar que Barjas Negri conseguiu trabalhar durante toda a sua gestão tendo as lideranças do Centro de Documentação ao seu lado. Provavelmente, deve haver uma tendência natural das lideranças do movimento de apoiar outros candidatos, que não o prefeito. Aí, já viu. Se não está com LA, é seu inimigo.

Equipe

Matéria produzida pela equipe do site Viletim.com.br

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