Maio 7, 2024

Árvores suprimidas e os votos que se esvaem

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A supressão de árvores pela cidade, como o ocorrido na semana passada no bairro Santa Rita, é uma demonstração clara de que o pré-candidato e prefeito da cidade, Luciano Almeida, está sem assessoria política. Não precisa ser gênio para saber que cortar árvore tira voto e cortar muitas árvores tira muitos votos. Precisa desenhar? A vereadora Sílvia Morales (PV) e sua equipe assinam um artigo enviado à imprensa na semana passada que aponta alguns aspectos sensíveis dessa ação que mexe com o ânimo do eleitorado.

“Atualmente, o mundo, o Brasil, estados e municípios debatem assuntos pertinentes às estratégias e ações para enfrentamento das mudanças do clima, com o objetivo de preparar melhor as cidades para lidarem com os efeitos negativos do aquecimento global, como por exemplo, o aumento da quantidade e da intensidade de ondas de calor, tempestades, inundações, alagamentos, vendavais, secas e estiagens.” Se o engajamento em defesa do meio ambiente ganhou tal dimensão, pouca coisa não deve ser, certo? Portanto, não pode ser desprezado, principalmente para um pré-candidato à reeleição, que está com a máquina pública sob seu domínio. Não poderia agir com tanta falta de visão.

Ainda sobre o Santa Rita, que ganhou espaço na TV, o artigo afirma que o bairro é um dos locais mais arborizados da Cidade, e que a justificativa apresentada pelo governo municipal para a supressão não foi nada interessante. A prefeitura disse que as árvores “estavam atrapalhando a fiação elétrica, e que a Prefeitura e a CPFL – Companhia Paulista de Força e Luz, firmaram termo de cooperação através do projeto Arborização mais segura, autorizando o corte de várias árvores.” Mas justo em ano eleitoral e sem dialogar antes com a comunidade local sobre a necessidade da ação imediata? A reação popular foi instantânea, deixando “parte significativa dos moradores da região comovidos e indignados, cobrando a fiscalização por parte dos mandatos legislativos”, afirma o artigo.

Então vamos combinar. Em anos eleitorais, se deve fazer coisas que agreguem pessoas e resultem em votos. Não se trata de maquiavelismo, mas de bom senso, apenas. As ações mais difíceis, polêmicas e inevitáveis devem ser deixadas para depois. Ou poderíamos dar uma de Itamar Assunção e perguntar ao prefeito: Por que não pensou nisso antes?

Romualdo Cruz Filho

Jornalista e, à moda antiga, leitor de livros de papel

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