Maio 13, 2024

Até entre amigos a chapa esquenta quando o assunto é Lula. Petistas e similares não gostam nem um pouco das cores fortes que coloco em minhas análises sisudas sobre o atual governo. As críticas duras ao presidente da República que eu faço são classificadas como bolsonarismo. Acham que cada peteleco no barba deveria seguir um correspondente no milico, para que soassem isentas.

Mas insisto que Lula tem revelado neste quarto mandato (incluo aqui o de Dilma, a luminária, porque poste é o Haddad) sua pior face, como quem tenta reconstituir os momentos mais tenebrosos de sua história política, que já é de lascar, o que dificulta em demasia falar honestamente qualquer coisa que lhe pareça favorável.

Que a gente acaba repetindo apenas o que a imprensa tem afirmado, é verdade. Mas certa imprensa, vamos lá, não a maioria. Podemos citar aqui, na contramão dos jornais que se derretem pelo X9, o próprio Estadão e O Antagonista. Já está bom, não acha? Para os mais íntimos, eu citaria também Não é Imprensa, mas aí vão me taxar de radical. De fato, me sinto em casa com a equipe de Gentili e Mainardi.

O professor Carlos Alberto Di Franco escreveu no Estadão um artigo recente sobre a incapacidade de a imprensa produzir matéria positivas, afirmando que nem tudo é boletim de ocorrência nesse mundo de meu Deus. Ele tem razão até certo ponto. Como podemos escrever algo positivo sobre o atual governo sem vendar os olhos? Uma observação, acho que essa (matérias positivas) é uma pauta que Di Franco repete anualmente, sei não.

Tenho um amigo que me tacha de bolsonarista, reacionário, coisa e tal, como se eu tivesse participado da delinquência ocorrida no dia 8 de janeiro, em Brasília, ou algo parecido. Só porque eu insisto em afirmar que Lula tem se comportado com um ditador bananeiro, com a sorte dos brasileiros de ele não ter a menor habilidade para levar a cabo suas ideias furadas para se tornar ‘o grande líder’.

É mais do que notório que o líder máximo do PT tem defendido, seja por falas enviesadas ou por omissão, ditadores dos mais diversos naipes mundo afora, como Putin, Maduro, Xi Jinping, Ortega etc, sem ficar vermelho ou parecer contrariado com suas delinquências. E não sou eu que vou me esforçar para limpar sua barra, ciente que sou do exercício de jornalismo sério e não aquele voltado para limpar a barra de Lula.

Domingo, 18, por exemplo, houve mais uma manifestação popular em Cuba, em que o povo da ilha pedia comida e socorro. O governo cubano reagiu com ameaças e um discurso avesso à realidade. Do Itamaraty de Lula, não se ouviu um pio. Putin está sendo reeleito em um processo de escolha em que todos os candidatos que se opunham a ele foram eliminados da disputa, quando não assassinados, vide Nalvany. Lula disse apenas bobagens a respeito.

Na Venezuela, Maduro segue com afinco a cartilha de todo ditador para ser candidato único nas eleições que se aproximam. Claro, com um ou outro fantoche escolhido a dedo para dar aparência de legalidade ao pleito. E Lula acredita que a eleição será democrática, com representantes do mundo todo acompanhando a fanfarrice para certificar a lisura do certame. Difícil.

Para Lula, Israel é o culpado pelo massacre do dia 7 de outubro, em que integrantes do grupo terrorista Hamas simplesmente provocaram um desequilíbrio gigante na região da Palestina, ao invadir o país fronteiriço e eliminar a sangue frio jovens, mulheres e crianças israelenses, demonstrando ódio aos judeus. E Lula? Insiste na tese de que Israel está causando genocídio em Gaza, o que é mentira, simplesmente.

Lula fala sobre a guerra na Ucrânia como se os ucranianos tivessem provocado o conflito e não (es)tivessem no direito de se defender do exército agressor, sob o comando de Vladmir Putin. É doloroso ouvir leituras petistas e similares sobre a guerra em que a Ucrânia é colocada no mesmo pé de igualdade de seu algoz, a Rússia do ditador sanguinário.

As questões apontadas acima são verdades reconhecidas por todos os países democráticos do ocidente. Mas, infelizmente, a esquerda brasileira faz questão de distorcer esses fatos. Seus militantes e similares acreditam que de tanto falar mentiras elas se tornarão verdades. É a máxima da velha esquerda.

Fica difícil para um jornalista, como eu, que acompanha essas notícias internacionais, ser tachado de bolsonarista apenas porque insisto em afirmar o óbvio, de que Lula é apenas um ditador bananeiro, que se torna cada dia mais desprezível pelos seus gestos, falas e atitudes. As pesquisas de opinião já afirmam isso. O mundo civilizado o ignora.

Olha que não se toca aqui em questões domésticas, como a mão grande do chefe na Petrobras e na Vale, que também tornam evidentes a falta de entendimento de Lula sobre democracia, livre mercado e governo sem corrupção. Pode ser que ele até entenda disso tudo, mas pouco faz para dar vida a uma sociedade livre, próspera e com cidadãos conscientes, apostando sempre no poder de intervenção do Estado. Essa velharia.

Concluo que minha forma de me expressar não é fazer jornalismo papagaio de pirata, mas de enfatizar algo que ainda está na pauta do dia, fresquinho, fresquinho, sem que tenhamos a oportunidade de ouvir do governo qualquer informação a respeito que desminta os fatos. Incrédulo, tenho certeza de que essa postura vai cada dia mais azedando meu chope e estragando meu happy hour, mas fazer o quê? Preciso ser leal a mim mesmo, mesmo que isso me custe amigos.

Romualdo Cruz Filho

Jornalista e, à moda antiga, leitor de livros de papel

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