Maio 13, 2024

Uma campanha a prefeito de tirar o chapéu

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A confirmação de Helinho Zanatta (PSD) como pré-candidato a prefeito de Piracicaba fecha a primeira fase do processo eleitoral na cidade. Tudo indica que a campanha será muito disputada e com lances de surpresas, porque todos os principais pré-candidatos têm experiência de sobra para trabalhar com o eleitorado piracicabano e, pelo que se observa, o problema não será falta de recursos.

Vai ser curioso ver, por exemplo, quem terá o apoio final do governador Tarcísio de Freitas. Se Alex de Madureira (PL), Helinho Zanata ou o atual prefeito Luciano Almeida (PP), porque os três são próximos à base do governador e têm bom trânsito no Palácio dos Bandeirantes. Provavelmente, o cenário exigirá que Tarcísio só se posicione no segundo turno. Bebel (PT), certamente, será a candidata do presidente Lula.

Evidente que todos eles, durante a campanha, falarão em unidade, trabalho conjunto com o governo estadual e federal, mas na prática o eleitorado está dividido entre aqueles que não querem nem ouvir falar em Lula, aqueles que não querem nem ouvir falar em Tarcísio de Freitas, pela sua relação com Bolsonaro, e aqueles que esperam um candidato qualificado para a cidade, deixando de lado essa ideia de polarização infantil. Suponho que no momento esse terceiro grupo compõe a maioria.

O PT não tem um histórico muito bom na gestão da cidade. Apesar de José Machado ter se comportado como um gentleman, sem alimentar inimigos, seus dois governos foram de muitos projetos ousados, mas de poucos projetos executados. Ambos deixaram a desejar. Por outro lado, Barjas Negri (PSDB), executou muito. No entanto, conta com uma oposição muito forte ao seu nome, provavelmente pelo fato de já ter governado a cidade por três mandatos. Não há dúvida, porém, que ele sabe muito bem fazer campanha e tem uma relação excelente com as lideranças de bairro e o empresariado.

Bebel, apesar de ter uma base eleitoral muito forte junto ao professorado, na cidade teve poucos votos na última eleição para deputada estadual e seu nome sofre exatamente por ela ser uma candidata de esquerda em uma cidade esmagadoramente conservadora. Evidente que eleições são uma caixinha de surpresas e é preciso ter cuidado quando se trabalha apenas na superfície dos clichês.

Luciano Almeida, por sua vez, padece de males que ele mesmo gerou devido ao seu perfil autocentrado. É tido como garoto mimado e queimou muitas fichas nos dois primeiros anos do seu governo, se desentendendo com o funcionalismo municipal, especial com profissionais da saúde e da educação. Pesquisas informais indicam que ele encontra resistência ao seu nome junto a parcela expressiva da população de baixa renda.

De novo no cenário eleitoral deste ano aparecem Alex de Madureira e Helinho Zanatta. Ambos deputados estaduais, que estão muito bem organizados e prometem uma campanha pensada estrategicamente. Claro que todos os demais candidatos têm lá suas estratégias, mas pelo fato de estarem concorrendo ao cargo pela primeira vez estes dois trazem um ar novo, que oxigena o cenário, exigindo inclusive um empenho maior dos seus concorrentes, qualificando sobremaneira a disputa.

A síntese da ópera, num primeiro momento, é que Piracicaba está tendo o privilégio de contar com um rol de candidatos de primeira ordem que coloca a cidade em um novo patamar de importância no cenário nacional. Independentemente de quem ganhar, a briga vai ser boa e interessantíssima. Pelo bem de Piracicaba.

Romualdo Cruz Filho

Jornalista e, à moda antiga, leitor de livros de papel

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